Auto-Mutilar
Vi uma vez um programa que falava sobre um disturbio que fazia com que as pessoas não descansassem enquanto não lhes arrancassem determinado membro - um braço ou uma perna. Eram pessoas aparentemente normais, mas que achavam que a sua vida não fazia sentido com dois braços ou duas pernas. Sentiam aquele membro a mais. Mais nada. Uma vez retirado o membro em questão, eram pessoas absolutamente normais. Às vezes acho que não posso ser tão lamechas. Coração mole. A minha fraqueza reside no acto de, meramente sentir. Começo a sentir pelo histérico que me palpita sofregamente no peito, o mesmo desprezo que esses doentes sentem por uma perna ou um braço. Tento não o sentir. Tento levar a minha vida como se ele não existisse. Mas é uma ilusão. E ele é responsável tanto pelos afectos como pelas culpas, como pela pena. Por tudo isso, é ele que me anda a lixar a vida. Mas diz que é ainda uma impossibilidade técnica a sua amputação.
5 Comments:
genial!
diz que sim...
...que não dá para tirar o coração.
;)
can i have it?
* from bru
Em vez da amputação, no teu caso, precisas de um afago!
(E isso passa!)
Deixar de sentir não é deixar de ser humano? Em todo o caso, acho que uma lobotomia também resolve. Mas há outros métodos menos invasivos, claro.
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