16 junho 2006

Letargia

Choveu e cheira a chuva. Choveu e a chuva deixou o seu cheiro entranhado nas calçadas. Choveu e apagaram-se as cores garridas que os Santos Populares emprestam às ruas empoeiradas de Junho. Choveu e a chuva sabe-me às primeiras àguas de Setembro, à excitação do regresso à escola. Choveu e está no ar a promessa do Mundo que começa agora. Choveu e o ar está impregnado de vapores que me adormecem num torpôr que podia ser alcoólico. Não é o fim do Verão nem o início de nada. Já não há escola, nem cadernos para comprar, nem agora, nem depois. É um começo que nada começa, que nada de novo traz.
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