03 maio 2006

Utopia

Desejo sempre o que não posso ter. De tal forma que, tenho para mim, chego a desejar mais o próprio desejo que o objecto de desejo em si. Desejasse eu o objecto de desejo apenas e satisfazer-me-ia no instante em que o objecto de desejo fosse meu. No entanto, assim que tomo posse sobre o objecto de desejo, o desejo, ele mesmo, do dito objecto se separa, viajando aleatoriamente para novo desejo criar. O objecto, já sem o desejo que o tornava desejável, é para mim um bem inútil e indesejável. Um fardo do qual nem me dou ao trabalho de livrar. Deixo-o apenas ali, esperando que o desejo aos olhos de outros o faça brilhar.

Alguém que o leve, por favor.
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