16 janeiro 2006

Être

Somos a geração de todos os sonhos. Nados e criados na liberdade, estamos sempre a ouvir que temos à nossa disposição um mundo de oportunidades. E, no entanto, olho à minha volta e vejo uma geração descontente. Que se sente presa. Que não é livre. Temos sonhos perdidos num oceano de liberdades que nos são impostas, cercados pela culpa de não corresponder às expectativas de quem nos faz livres. Os nossos pais viveram numa altura em que a falta de dinheiro era uma prisão, em que a cultura era um ideal. Criaram-nos com tudo o que materialmente nos era possível dar. Esmeraram-se para que tivessemos uma "boa educação". Mas, hoje, somos apenas uma massa vazia, sem sonhos. Que, quando ainda tem ambição, foge para o estrangeiro, em busca de uma vida melhor. Só que agora, ao contrário dos nossos pais e avós, não vamos apenas para ter mais e melhor.

Fugimos, queremos fugir, para, simplesmente, ser.
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